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Sou um apaixonado por Bulldog Francês comecei com uma fêmea e agora estou criando a raça por motivo de ser um cachorro de temperamento tranquilo e companheiro Estamos providenciando o nosso próprio canil logo com muitos filhotes de qualidade para nossos amigos e clientes. Venho por meio deste blog, informar as pessoas sobre algumas duvidas que já tive também, sobre doenças e outras coisas, por isso dedico algum tempo do meu dia pra procurar matérias sobre a raça e doenças em geral, escrever algumas coisas que já passei criando a raça. Espero com isso ajudar as pessoas. André Sanches. safemi

sábado, 25 de agosto de 2012


 


Abordagem ultrassonográfica da neoplasia mamária em cadelas: revisão de literatura
Marcus Antônio Rossi

Feliciano1, Wilter Ricardo Russiano Vicente2,

Carlos Artur Lopes

Leite3, Tatiana Silveira4

Resumo



O objetivo desta revisão é demonstrar a importância do exame ultrassonográfico na avaliação de

neoplasias mamárias em caninos e descrever alguns estudos recentes em medicina humana que podem ser

considerados em medicina veterinária. O conhecimento das características ultrassonográficas das glândulas

mamárias e sua anatomia podem auxiliar no diagnóstico e na detecção de metástase em órgãos abdominais. Com

o auxílio de modos Doppler em cores e o exame tridimensional, em medicina veterinária, o exame

ultrassonográfico das glândulas mamárias poderá apresentar maior ganho em sua importância como método de

diagnóstico.


 
Introdução


Os tumores mamários caninos constituem, aproximadamente, 52% de todos os tumores que afetam as

fêmeas desta espécie, sendo que aproximadamente 50% dos tumores mamários são malignos. A maioria das

cadelas que apresentam a neoplasia tem idade compreendida entre oito e dez anos, no entanto, podem surgir

tumores malignos em cadelas com menos de cinco anos de idade. Não existe uma predisposição racial evidente,

embora as raças de caça sejam apontadas, por alguns autores, como tendo maior predisposição para esta

patologia. Sabe-se apenas que os animais das raças Boxer e Beagle são referidos como aqueles que apresentam

menor risco de desenvolverem tumores de mama (Queiroga e Lopes, 2002).

Na gênese das neoplasias mamárias estão envolvidos fatores de natureza genética, ambiental e

hormonal. O papel dos hormônios sexuais na patogênese destas neoplasias está extensamente estudado e

estabelecido, sendo que a castração, até o segundo cio, diminui a incidência dessas neoplasias (Queiroga e

Lopes, 2002).

Estudos detectaram receptores para estrógeno, progesterona, andrógenos, prolactina e para o fator de

crescimento epidermal em tumores de mama de cadelas, havendo também a coexistência desses receptores numa

mesma neoplasia (Silva


et al., 2004). Complementando, Fonseca e Daleck (2000) relatam que receptores de


estrógeno e de progesterona têm sido identificados em tecido mamário normal, em neoplasias benignas e em

carcinomas de cadelas.

De acordo com Fonseca e Daleck (2000), a prolactina estimula o crescimento do tumor mamário, por

meio da sensibilização celular aos efeitos do estrógeno, promovendo aumento no número de receptores de

estrógeno. Tanto o estrógeno quanto a prolactina são necessários ao crescimento de tumores mamários. A

progesterona apresenta ação carcinogênica quando seus níveis estão aumentados por períodos prolongados.

Queiroga e Lopes (2002) comentam que, recentemente, têm sido apontados alguns fatores nutricionais

como promotores da carcinogênese. Esta correlação entre os fatores nutricionais e as neoplasias mamárias está

diretamente relacionada com a obesidade. Segundo esses autores, um estudo mostrou que cadelas obesas, entre


Feliciano


et al. Abordagem ultrassonográfica da neoplasia mamária em cadelas: revisão de literatura.


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os nove e os 11 meses de idade, apresentam maior risco de desenvolverem tumores de mama na idade

adulta que cadelas não obesas.

A cadela apresenta, em média, cinco pares de glândulas mamárias. A drenagem linfática dos tumores

mamários caninos é complexa, tendo sido demonstrada a existência de comunicações linfáticas entre a cadeia

mamária direita e a cadeia mamária esquerda e entre glândulas adjacentes de uma mesma cadeia, contribuindo

para a ocorrência de metástases (Queiroga e Lopes, 2002).

Esses autores descrevem também que, em regra, o tamanho dos tumores pode variar desde pequenos

nódulos com 0,5 cm de diâmetro até tumores com mais de 15 cm no seu maior diâmetro. Em alguns animais, o

tumor pode apresentar ulceração cutânea ou sinais evidentes de inflamação. Ao exame físico, as duas cadeias

mamárias e os linfonodos regionais devem ser explorados. As radiografias torácicas são recomendadas para

avaliar a existência de metastização, assim como a ultrassonografia abdominal. O diagnóstico definitivo baseiase

no resultado histopatológico da biópsia.

A primeira referência na literatura ao uso do exame de ultrassom para avaliação das glândulas mamárias

data de 1951, em medicina humana. O exame ultrassonográfico, atualmente, além de usado para avaliação, é

recomendado na intervenção nas mamas (Calas


et al., 2007). O uso do ultrassom na neoplasia mamária, em


medicina veterinária, é indicado também para avaliar o acometimento de linfonodos, como o axilar e o inguinal

superficial (Zuki e Boyd, 2004).

O objetivo desta revisão é demonstrar a importância do exame ultrassonográfico na avaliação de

neoplasias mamárias em caninos e descrever alguns estudos recentes em medicina humana que podem ser

considerados em medicina veterinária.


Aspectos ultrassonográficos dos tumores de mama


Na cadela, as características dos tumores mamários, como composição tecidual e vascularização, podem

estar relacionadas aos achados ultrassonográficos (Nyman


et al., 2006a). Segundo Siqueira (2006), em um


estudo em mulheres, a ultrassonografia permitiu acesso ao tumor em seu maior eixo, além da medida direta sem

ampliação da lesão e, ainda, forneceu informações sobre fenômenos de infiltração ductal, caracterizada por

dilatação assimétrica do ducto, distorção ductal, conteúdo sólido fixo e/ou vegetante endoductal e alterações de

parede do ducto. Além disso, alguns tumores não palpáveis ao exame físico podem ser detectados (Calas


et al.,


2007).

Barra


et al. (2004) citam que a ultrassonografia é, particularmente, em medicina humana, útil na


diferenciação de lesões císticas e sólidas, mas não pode ser utilizada como teste diagnóstico definitivo na

abordagem de lesões sólidas, devido à sobreposição significativa nas características de tumores benignos e

malignos.

Na avaliação ultrassonográfica das glândulas mamárias das cadelas, visualizam-se a ecogenicidade, a

ecotextura, os limites, a compressibilidade, o tamanho, a arquitetura do parênquima e as alterações em tecidos

vizinhos. Para a maioria dos autores, tecidos com margens regulares representam o principal critério para

definição de uma lesão como benigna. A forma oval ou elipsoide é mais indicativa de tumor benigno (Fig. 1). As

características de malignidade, descritas pela literatura, são margens irregulares e sombra acústica. Tumores

malignos, geralmente, apresentam ecogenicidade heterogênea (Fig. 2 e 3), enquanto nos benignos o padrão

ecogênico é homogêneo (Bulnes


et al., 1998; Calas et al., 2007).


Ainda em relação à diferenciação entre nódulos sólidos benignos e malignos, Paulinelli


et al. (2002) e


Lucena (2006) postulam que a heterogeneidade dos ecos internos, contornos irregulares, bordas pouco nítidas,

contraste mais nítido com o parênquima adjacente, atenuação acústica posterior, espessamento ou retração da

pele, distorção arquitetural adjacente ao nódulo, espiculações e visibilidade de calcificações devem ser

considerados como critérios sugestivos de malignidade.

Além de um método complementar de diagnóstico, a ultrassonografia pode ser utilizada para avaliação

da mama operada, com o objetivo de individualizar recidivas eventuais e/ou complicações secundárias ao

tratamento cirúrgico, como hematomas e seromas, em mulheres. Outra função é servir como guia de

procedimentos diagnósticos, como a punção aspirativa por agulha fina (Siqueira, 2006).

A qualidade do procedimento é altamente dependente do conhecimento do operador. Trata-se ainda de

um método simples, de rápida realização, não invasivo, seguro e de baixo custo. A sonda apropriada para o

exame ecográfico das mamas é a de alta resolução (7,5 a 13MHz), tanto para seres humanos quanto para a

cadela, favorecendo uma boa interface material-mama, mas limitando o campo de exploração a uma pequena

parte do volume mamário. No entanto, a exploração em vários planos permite estudar a totalidade da glândula

com cuidado e em tempo razoável (Siqueira, 2006; Calas


et al., 2007; Trasch et al., 2007). Apesar de ainda


existirem controvérsias, a maioria dos autores concorda que, com os equipamentos atuais, lesões sólidas com

mais de 5mm podem ser adequadamente avaliadas por ultrassonografista experiente (Paulinelli


et al., 2002).


O exame ultrassonográfico também apresenta limitações, quando, por exemplo, a dimensão do tumor

excede o campo de visão do transdutor ou quando a margem posterior de lesões maiores apresenta difícil

visibilidade devido à inadequada penetração. Sua maior limitação, porém, é sua inabilidade de detecção de


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microcalcificações e de lesões muito pequenas (menores que 5mm de diâmetro), podendo ocorrer resultados

falso-negativos (Siqueira, 2006; Calas


et al., 2007; Trasch et al., 2007).


Figura 1. Imagem ultra-sonográfica, obtida com transdutor de 3,75MHz, aparelho ultrasonográfico

Toshiba SSH-140A, de nódulo em glândula mamária de uma cadela. Observe a

presença de estrutura ovóide com ecogenicidade homogênea em parênquima mamário


(seta),


sugestiva de neoplasia benigna.

Figura 22 Imagem ultra-sonográfica, obtida com transdutor de 3,75MHz, aparelho ultrasonográfico

Toshiba SSH-140A, de nódulo em glândula mamária de uma cadela. Note a

presença de estruturas císticas em parênquima mamário (setas), caracterizando o padrão

misto da ecogenicidade, sugestivo de neoplasia maligna.

Segundo Martins


et al. (2002), o modo Doppler colorido, associado à ultrassonografia convencional, é


capaz de avaliar a vascularização tumoral por meio de diversos parâmetros: mensuração da velocidade máxima

do fluxo na sístole e sua média, velocidade sistólica mínima, quantificação do número de vasos, soma das


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velocidades máximas dos vasos e sua média, relação entre sístole e diástole máxima e mínima e sua média,

médias das velocidades e determinação dos índices de resistência e de pulsatilidade e de suas médias.

O desenvolvimento de vasos patológicos em carcinomas, devido à resposta a fatores angiogênicos, pode

levar à diminuição da resistência do fluxo sanguíneo intratumoral. Esta característica dos tumores permitiu

levantar a hipótese de que o Doppler seria capaz de distinguir lesões malignas de benignas.

Os princípios do Doppler no tumor de mama baseiam-se no aumento da vascularização e da

neovascularização nas neoplasias (Silva, 2000; Trasch


et al., 2007). As lesões malignas costumam apresentar


maior vascularização que as benignas e, às vezes, é possível observar neovascularização no interior dos tumores

malignos. Adicionalmente, a vascularização está relacionada com a invasividade (Paulinelli


et al., 2003; Nyman


et al



., 2006b).


Embora haja discordâncias, alguns autores consideram que a Dopplervelocimetria colorida associada à

ultrassonografia convencional tem mostrado alta sensibilidade e especificidade no diagnóstico dos tumores

mamários. A sensibilidade do método em diferenciar tumores benignos de malignos varia entre 91 a 95%, com

especificidade de 89 a 97% e acurácia de 90% (Martins


et al., 2002). Por outro lado, nos estudos realizados em


mulheres, por Paulinelli


et al. (2003), o modo Doppler em cores mostrou pouco ganho adicional na acurácia, em


relação à ultrassonografia convencional.

Figura 3. Imagem ultra-sonográfica, obtida com transdutor de 3,75MHz, aparelho ultrasonográfico

Toshiba SSH-140A, de nódulo em glândula mamária de uma cadela. Note a

presença de estrutura cística (seta) e perda do padrão ecogênico em parênquima mamário,

sugestivos de neoplasia maligna.

A mudança na vascularização detectada pelo exame Doppler pode ser também um indicador de

regressão do tumor, oferecendo informações adicionais no estudo da evolução dos tumores mamários (Martins


et


al



., 2002).


Como método inovador em seres humanos, Paulinelli


et al. (2003) descrevem também o emprego da


ultrassonografia tridimensional na avaliação intraductal de tumores mamários, tendo a descrição do volume

tumoral a maior característica deste exame. Este método pode ser uma alternativa em medicina veterinária, com

a inclusão da técnica tridimensional no diagnóstico por imagem em pequenos animais, como mostram os estudos

de Feliciano


et al. (2007).


A ultrassonografia, em pequenos animais, é um método de diagnóstico por imagem muito importante na

rotina do veterinário. O conhecimento das características ultrassonográficas dos tecidos e sua anatomia podem

auxiliar no diagnóstico de várias enfermidades.

A frequência do uso da ultrassonografia no diagnóstico de neoplasia mamária em cadelas ainda é

restrita, particularmente pela falta de estudos que correlacionem os achados macroscópicos e microscópicos das


Feliciano


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neoplasias com as imagens ultrassonográficas. Este método de diagnóstico é mais amplamente utilizado para a

detecção de metástase em órgãos abdominais.

Em medicina humana, algumas técnicas como aquelas descritas anteriormente estão sendo utilizadas

para complementar o exame ultrassonográfico das mamas. Estas técnicas são de grande valia no diagnóstico e

acompanhamento da clínica oncológica. Incorporando essas técnicas complementares em medicina veterinária, o

exame ultrassonográfico das glândulas mamárias passará a ter maior importância como método de diagnóstico.


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Ultrasonographic imaging of neoplasia of the canine mammary glands and their regional

Dermatofitose (doença de pele, causada por fungos).

Dermatofitose (doença de pele, causada por fungos).



Fonte: www.renalvet.com.br
Responsáveis pelo site www.renalvet.com.br: Dra. Karine Kleine e Dr. Márcio Bernstein, médicos veterinários.

DERMATOFITOSE

Microsporum canis, Trichophyton mentagrophytes, Microsporum gypseum, "tinha", "ringworm", infecção por fungo.

ANIMAIS AFETADOS

Cães, gatos, seres humanos, cavalos, vacas e outros mamíferos. A "tinha" ou "ringworm" pode ser transmitida entre pessoas e animais.

VISÃO GERAL

A dermatofitose, que é uma infecção causada por fungos, também é conhecida como "tinha" ou "ringworm" devido à aparência da lesão de pele característica da doença: uma área circular de perda de pêlo com a borda externa alta e avermelhada. Estas lesões são resultado de uma reação inflamatória ao fungo. Cães e gatos são infectados pelo fungo Microsporum canis com maior freqüência, mas outros tipos de fungo também podem causar a dermatofitose.

Os gatos, especialmente das raças de pêlos longos, apresentam uma forma de infecção mais generalizada que a dos cães. Estes animais podem ser portadores crônicos do fungo mesmo que não apresentem nenhum sinal da infecção.

A dermatofitose pode ser transmitida para os seres humanos; sendo assim, os proprietários de animais infectados devem considerar a possibilidade de deixá-los de quarentena, até que a infecção seja curada. Devem ser tomadas precauções durante o tratamento dos animais, de modo a evitar contaminação humana e ambiental.

SINAIS CLÍNICOS

Os sinais clínicos incluem alopecia em falhas circulares, descamação, pústulas foliculares, eritema, hiper-pigmentação e prurido. As lesões de pele comumente se localizam na cauda, patas, face e orelhas. As síndromes clínicas, todavia, podem variar. Sendo assim, o diagnóstico da dermatofitose deve ser efetuado em condições diferentes do padrão de outras erupções de pele.

SINTOMAS

Pode ser notada perda de pêlo, causando falhas de formato circular. Pode acontecer descamação, pele avermelhada, inchaços ou espinhas, pele escurecida, coceira. A face, orelhas, patas e cauda são as áreas geralmente mais afetadas.

DESCRIÇÃO

A "tinha" ou ringworm (dermatofitose) é uma infecção por fungo que costuma afetar cabelos, unhas e as camadas superficiais da pele. Os tipos mais comuns de fungos observados em cães e gatos são o Microsporum canis, o Trichophyton mentagrophytes e o Microsporum gypseum.

Os animais entram em contato com os esporos infectados dos fungos, tanto em ambientes internos quanto externos. O solo contaminado é uma fonte comum da infecção, bem como outros animais infectados com a "tinha". Nem todos os animais que são expostos aos esporos do fungo, desenvolvem a infecção e, mesmo que esta ocorra, o cão ou gato podem não apresentar sinais clínicos da doença, sendo apenas um portador assintomático.
O sinal clínico clássico da "tinha" ou ringworm é a falha circular de pêlo com um anel vermelho de inflamação. Entretanto, nem todos os animais infectados têm este tipo de lesão. Na verdade, como os sintomas da doença podem variar muito, a dermatofitose deveria ser considerada como uma possível causa de afecção dermatológica em todos os quadros de erupção de pele.

Embora a maior parte dos cães e gatos saudáveis seja capaz de eliminar sozinha as infecções por fungos, alguns casos podem ser bem difíceis de curar. O status de portador assintomático pode complicar as coisas. Como a presença da afecção está oculta nesses casos, os proprietários não sabem como tomar medidas preventivas contra a disseminação da infecção. Os animais que não respondem ao tratamento, especialmente aqueles que vivem em casas com vários gatos, devem ser levados a um dermatologista veterinário.

DIAGNÓSTICO

Após um histórico detalhado e exame físico, devem ser feitos testes para descartar outras afecções dermatológicas com sinais semelhantes, como infecção bacteriana e infestação por parasitas. Uma lâmpada especial, conhecida como lâmpada de Wood, pode ser usada como teste rudimentar de detecção da dermatofitose. Infelizmente, apenas 50% de um tipo específico de fungo, chamado de Microsporum canis fica fluorescente no pêlo do animal, com a cor de maçã verde característica. Sendo assim, um resultado negativo com a lâmpada de Wood não descarta a possibilidade da presença de dermatofitose.

Um método mais confiável de diagnosticar o problema é conduzir uma cultura de fungos em pêlos recolhidos da área em torno da lesão, arrancando-os com um instrumento limpo ou escovando-os com uma escova de dente nova. Para identificar a fonte da infecção, o crescimento do fungo é avaliado sob o microscópio para se determinar o tipo de fungo presente. A análise do material de acordo com o seu crescimento em meio estéril poderá descartar falsos resultados positivos que poderiam, de outra forma, ser causados por contaminação ambiental.

O veterinário poderá examinar os pêlos recolhidos ao microscópio para procurar evidências de unidade de fungos associados à raiz capilar. Este exame, no entanto, toma muito tempo e tem uma porcentagem apenas entre 40 e 70 por cento de êxito na detecção da dermatofitose. Em animais com anormalidades dermatológicas sérias, podem ser feitas biópsias de pele. Embora uma biópsia possa indicar uma real infecção por fungo, em vez de sua presença apenas temporária, este procedimento oferece um diagnóstico menos confiável do que a cultura dos fungos. Muitas vezes, este exame é realizado quando as lesões de pele não têm condições para que se faça a cultura para os fungos causadores da dermatofitose.

PROGNÓSTICO

A maioria dos animais saudáveis é capaz de se livrar sozinha de uma infecção por fungo, mas o processo leva meses. Devido ao potencial zoonótico da doença, deve-se procurar tratamento médico para apressar a eliminação da dermatofitose e diminuir a contaminação do ambiente com os esporos infectados por fungos.

TRANSMISSÃO OU CAUSA

A dermatofitose é transmitida pelo ambiente ao animal. O fungo pode infectar os pêlos, unhas ou pele e depois ser passado, através dos pêlos infectados ou escamas da pele, para outro animal. Todos os materiais de dormir, pentes, tesouras de tosa, gaiolas ou qualquer objeto que esteve em contato com o animal tornam-se fontes de infecção em potencial. Outras fontes de infecção incluem terra e roedores. Os fatores de risco incluem má-nutrição, higiene deficiente e aglomeração de animais num mesmo alojamento. Além disto, há um risco crescente para animais que têm o sistema imunológico comprometido em decorrência de doença ou medicamentos.

TRATAMENTO

Como a dermatofitose é uma doença infecciosa, os animais afetados devem ser mantidos em quarentena na casa do dono até estarem curados. Todos os animais afetados ou portadores assintomáticos da casa devem receber tratamento tópico, o que pode incluir a tosa do pêlo e a aplicação de um ungüento antifúngico na pele, ou banhos com xampu e de imersão do cão ou gato com produtos medicinais. O veterinário responsável poderá indicar o melhor procedimento, de acordo com a localização das lesões. Deve-se continuar o tratamento tópico até que a cultura dos fungos dê resultados negativos. Animais que aparentemente não estejam respondendo ao tratamento tópico, de duas a quatro semanas, devem receber medicação suplementar por via oral para erradicar a infecção com mais rapidez.

O medicamento oral antifúngico mais utilizado é a griseofulvina, mas algumas infecções por fungos podem ser resistentes a ele. Ademais, alguns animais, especialmente gatos, não toleram a griseofulvina e podem desenvolver um efeito colateral grave, que é a deficiência da medula óssea. Assim, deve ser feita uma série de hemogramas completos nos gatos que tomam esta droga para monitorar o aparecimento de problemas na medula óssea.

Da mesma forma, gatos com o vírus da imunodeficiência não devem tomar o medicamento.

O
cetoconazol e itraconazol, duas drogas que ainda não foram liberadas nos Estados Unidos para tratamento da dermatofitose, têm sido utilizadas como alternativa à griseofulvina nos animais que não toleram este medicamento. Normalmente, a griseofulvina é segura para cães.

Foi desenvolvida uma vacina contra Microsporum canis para gatos, mas sua segurança e eficácia ainda necessitam ser pesquisadas. O uso da vacina pode ser recomendado nos casos mais resistentes de dermatofitose. Pode ser muito difícil erradicar infecções em casas ou centros de reprodução onde há muitos gatos e geralmente é necessário consultar um dermatologista veterinário. As pessoas que cuidam dos animais infectados devem usar luvas e seguir uma série de recomendações para evitar a infecção, inclusive a desinfecção minuciosa do ambiente interno. Se ocorrer infecção em seres humanos, deve-se procurar um médico imediatamente.

PREVENÇÃO


Evitar áreas geográficas suspeitas de abrigar os esporos dos fungos. O meio-ambiente do animal, escovas, lençóis e outros objetos potencialmente contaminados devem ser desinfetados periodicamente com uma solução de uma parte de água sanitária para dez de água.

Em casas onde há vários animais, deve-se fazer cultura de fungos de todos os animais, mesmo os que não apresentem sinais clínicos de infecção. Alguns animais, especialmente os gatos de pêlos longos, podem ser portadores assintomáticos da dermatofitose por longos períodos. O veterinário poderá indicar medidas adicionais de prevenção.

Doenças de pele – Dermatite, Tinha e Sarna

Doenças de pele – Dermatite, Tinha e Sarna

ARCADENOE.SAPO.PT




 

Doenças de pele – Dermatite, Tinha e Sarna
As doenças de pele nos cães estão por detrás de muitas eutanásias ou abandonos. O cão com uma doença de pele deixa de ter uma pelagem atraente, o que causa muitas vezes repulsa por parte dos donos. Os tratamentos de doenças de pele exigem efectivamente uma grande compromisso por parte do dono, dedicação que é na maioria das vezes recompensada. Se acompanhadas desde o início, a maior parte das doenças de pele conseguem ser travadas.

Dermatite Atópica


Existem vários tipos de dermatite, causadas pelas mais variadas razões, desde alergia a alimentos, picadas de pulgas, etc. Contudo é a Dermatite Atópica que mais afecta os cães. A atopia é uma reacção alérgica a causas ambientais, tais como o pólen, produtos de limpeza, coleiras anti-parasitas, plástico dos recipientes de comida, etc. Este tipo de dermatite é uma doença de pele bastante frequente sobretudo nos animais mais jovens, surgindo geralmente até aos 2 anos de idade. É bastante incómoda para os cães, uma vez que estes sentem bastante comichão, tecnicamente apelidada de prurido. As áreas mais afectadas são a zona do focinho, olhos e queixo, os pés, a base do dorso e coxas.

A Dermatite Atópica não tem cura, sendo que o cão irá sempre desenvolver uma reacção quando exposto ao agente causador da irritação da pele. Contudo, pode ser tratada de forma a garantir ao animal uma vida com qualidade, diminuindo os sintomas até ao ponto de serem imperceptíveis.

Existem dois tipos de dermatite atópica: a seca e a húmida, sendo a última mais perigosa. A dermatite seca provoca a queda de pêlo e a vermelhidão da pele. A dermatite húmida é uma infecção com pus onde a carne está exposta. É resultado da acção contínua do cão que lambe e coça a região. Os cães com subpêlo estão mais propensos à formação de dermatites húmidas.

Conforme a gravidade dos casos, podem ser empregues vários tipos de tratamentos. Banhos frequentes, anti-histamínicos ou corticóides são as medidas mais utilizadas. Descobrir qual a causa da dermatite não é fácil, mas é necessário reduzir esse estímulo. Cada caso é específico e deve ser o veterinário a determinar qual a forma de acção mais eficaz.

Tinha


A Tinha, ou dermafitose, é uma doença curável, mas é altamente transmissível entre animais e pode mesmo ser passada aos humanos, sobretudo às crianças. A Tinha é causada por um fungo que provoca a queda de pêlo e vermelhidão numa região circular da pele, com geralmente 2 cm de diâmetro. Frequentemente acompanhada de prurido, afecta sobretudo as extremidades: o focinho, as orelhas, a cauda e as patas.

Um cão entra em contacto com os esporos dos fungos através do meio que o rodeia e transmite-os a outros cães e pessoas também através de contacto. Todo o material em que o animal toca, torna-se uma possível fonte de contágio e por isso deve ser desinfectado regularmente. A maior parte dos animais consegue combater naturalmente o fungo, mas se o cão se encontrar num estado de saúde mais frágil pode ser infectado mais facilmente. Geralmente a má-nutrição, enfraquecimento do sistema imunitário ou contacto com outros animais infectados potencia a transmissão.

O tratamento da tinha tem geralmente bons resultados, mas a doença leva no mínimo três semanas a desaparecer. Nos casos mais difíceis, os tratamentos podem prolongar-se durante vários meses. Nesse tempo o animal deve permanecer em quarentena. Banhos frequentes, tosquia do pêlo, medicamentos antifúngicos são as formas de combate mais comuns, mas o tratamento adequado deve ser prescrito pelo médico veterinário.

Todos os animais com quem o cão conviveu devem ser testados, pois muitas vezes podem estar contaminados e não apresentarem sintomas da doença.

Sarna


Existem vários tipos de Sarna, sendo os maus comuns: a sarcóptica e a demodéctica. A sarna manifesta-se sobre a forma de borbulhas, regiões vermelhas ou perda localizada de pêlo. O tratamento da sarna passa por banhos regulares e a aplicação de produtos específicos, alguns bastante agressivos, por isso confie apenas no veterinário na escolha dos produtos a utilizar. Em algumas ocasiões é necessário tosquiar o pêlo para aumentar a eficácia do tratamento.

Sarna Sarcóptica

A sarna sarcóptica é uma doença transmissível ao homem e deve ser tratada assim que possível. Apesar de a sarna no homem ser de fácil tratamento, esta doença causa tanto nos seres humanos como nos animais um prurido intenso. Pode ser curada.

Sarna Demodécica

Este tipo de sarna não é transmissível aos seres humanos. É transmitida de mães para filhos na altura do aleitamento, ou entre cães. Começa por isso a manifestar-se na zona do focinho e propaga-se depois pelo resto do corpo. Causada pelo Demodex, animal microscópico que se aloja junto aos folículos, não tem cura, mas pode ser controlada. Se não for tratada pode levar à morte, devido a infecções secundárias. Ao contrário da sarna sarcóptica, regra geral não causa prurido.
O sistema respiratório de cães e gatos sadios possui inúmeras bactérias que, em situações normais, não causam problemas aos animais, mas podem dificultar a interpretação de exames de suas secreções. Esses exames podem, eventualmente, ser necessários para que os veterinários possam fazer o diagnóstico e tratamento adequado das doenças. A dificuldade de interpretação dos exames ocorre porque, em geral, os microrganismos que vivem normalmente nas vias respiratórias são os mesmos que causam as doenças nos animais debilitados e com baixa imunidade. Portanto, ao interpretar os resultados dos exames, o médico veterinário deve se lembrar que uma invasão bacteriana, normalmente, ocorre devido a um processo que prejudicou ou inibiu os mecanismos de defesa normais. O sistema respiratório é uma porta de entrada para agentes invasores, principalmente os vírus. Além disso, as infecções no organismo causadas por microrganismos como vírus, fungos, parasitas ou protozoários podem enfraquecer o mecanismo de defesa pulmonar, permitindo o desenvolvimento de infecções bacterianas. O tratamento nesses casos é feito com antibióticos e a sua duração depende da gravidade do caso. Sendo assim, o propósito deste artigo é abordar algumas importantes doenças respiratórias bacterianas de cães e gatos, assim como seus tratamentos. Infecções respiratórias bacterianas Rinite bacteriana A rinite bacteriana ocorre, na maioria das vezes, em função de traumas, inalação de substâncias estranhas, infecções por vírus, fungos ou parasitas e doenças dentais. Os sintomas incluem espirro, secreção nasal ou ocular e tosse. O tratamento se baseia na limpeza e desobstrução das narinas e uso de antibióticos. A nebulização ou a vaporização auxilia na fluidificação do catarro, facilitando a eliminação da secreção. Uma das complicações da rinite é a sinusite crônica. É mais comum em gatos do que em cães. O tratamento é, via de regra, frustrante e muitos pacientes não apresentam resposta satisfatória a qualquer tipo de tratamento instituído. Antibióticos devem ser usados por longo período de tempo (2 a 4 meses). A cavidade nasal deve ser lavada com soro fisiológico para a remoção da secreção e inibição do crescimento bacteriano. Pneumonia bacteriana A pneumonia pode ser causada por diversos invasores infecciosos, como bactérias, e é menos freqüente em gatos quando comparado aos cães. Essas bactérias podem penetrar no trato respiratório dos animais ao serem inaladas ou aspiradas. Pode ocorrer também em função da presença de vírus, distúrbios metabólicos severos, terapia imunossupressiva ou quimioterápica, entre outras causas. Os principais sintomas observados são a tosse úmida, falta de ar, secreção nasal, falta de apetite, depressão e desidratação. O diagnóstico é realizado com base nos sintomas, alterações observadas no sangue dos animais e através de radiografia do tórax. O tratamento é baseado no uso de antibióticos, de preferência mediante a identificação do agente envolvido. A Schering-Plough disponibiliza no mercado veterinário a linha Flotril ®, antibiótico de amplo espectro de ação (atua em diversos microrganismos) à base de enrofloxacino. Altamente eficaz e indicado para tratamento das infecções de cães e gatos causadas por bactérias sensíveis ao princípio ativo, como diarréias, pneumonias, bronquite, cistite, otite, dermatites, etc. Disponível nas apresentações comprimidos de 50 e 150 mg e injetável 2,5%.
Schering-Plough Coopers
Autor: Andrea Bonates